Parque Estadual do Rio Preto: trilhas, cachoeiras e Cerrado vivo em Minas
- Marco Santos
- 29 de out.
- 5 min de leitura
O tempo desacelera quando a gente entra no Parque Estadual do Rio Preto. O som das folhas, a água descendo limpa pelas pedras, o canto das aves e o acolhimento carinhoso da equipe do parque fazem com que tudo ali pareça pulsar em outro ritmo. Não há distinção entre visitantes: todos são recebidos com atenção, simpatia e aquele cuidado mineiro que se sente no olhar e na fala.

O Rio Preto, que nomeia o parque, é mais que um curso d’água. Ele molda a paisagem, alimenta a vida, refresca as caminhadas e dá sentido a tudo. Sua importância ambiental e simbólica é um dos motivos da criação do parque, que guarda ainda tantas outras riquezas naturais.
Criado no ano 2000 como medida compensatória ambiental, o Parque Estadual do Rio Preto protege mais de 12 mil hectares de cerrado de altitude, campos rupestres, formações rochosas, nascentes e espécies endêmicas. Está inserido no mosaico da Serra do Espinhaço, reconhecido pela UNESCO como Reserva da Biosfera.
Situado na região do Alto Jequitinhonha - nordeste de Minas Gerais - entre os municípios mineiros de São Gonçalo do Rio Preto e Felício dos Santos, o parque possui uma das estruturas mais organizadas do Estado. Trilhas bem demarcadas, áreas de apoio ao visitante, sinalização clara e equipe bem treinada fazem toda a diferença para quem quer viver a Natureza com tranquilidade e segurança - tudo isso sem perder a rusticidade.
O Parque do Rio Preto é um destino que encanta diferentes perfis de visitantes. Famílias com crianças ou pessoas mais velhas encontram ali segurança, estrutura e roteiros leves para contemplação e banho de rio. Casais em busca de sossego e conexão com a Natureza descobrem um refúgio tranquilo e inspirador. Já os aventureiros — iniciantes ou experientes — têm à disposição trilhas mais desafiadoras, pernoites remotos e paisagens de tirar o fôlego. O segredo é saber escolher o roteiro certo para o seu momento.

Além das trilhas bem sinalizadas e das acomodações aconchegantes, o parque conta com uma estrutura funcional e bem cuidada que proporciona mais conforto ao visitante:
Centro de visitantes com sala de reuniões, espaço para palestras, exposições e encontros educativos;
Restaurante e lanchonete (funcionamento pode variar conforme época do ano – confirme previamente);
Estacionamento interno gratuito;
Banheiros acessíveis e com chuveiros;
Posto de apoio da equipe do parque com atendimento e orientações de segurança.
Mesmo em um ambiente de Natureza bruta e preservada, o Parque consegue oferecer recursos importantes que tornam a experiência mais segura e agradável, especialmente para quem deseja passar mais dias explorando seus atrativos.
Onde se hospedar no Parque
Há várias opções de hospedagem próximas, em Diamantina e São Gonçalo - inclusive em comunidades vizinhas ao parque, como Santo Antônio ou Alecrim. Mas para quem deseja passar dias imerso no parque, há opções simples, bem cuidadas e confortáveis:
Chalés (alojamentos): com camas, banheiro privativo, varanda, energia elétrica convencional e acesso facilitado, próximo ao restaurante.
Camping estruturado: com gramado plano, pontos de apoio, quiosques com eletricidade, pia e grelha e banheiros com chuveiros.

E para os mais atentos e curiosos, às vezes, é possível cruzar – mesmo que de longe – com o silencioso e esquivo lobo-guará, visitante eventual das madrugadas perto do camping.
Para sentir de verdade: ao menos 4 dias inteiros
Se você quer conhecer o essencial do Parque, o ideal é separar ao menos quatro dias inteiros. Abaixo, organizamos uma sugestão cronológica de vivência:
Dia 1 — Caminhos leves para abrir o coração
Trilhas do Cerrado e das Crianças (4 km, fácil)
Ideal para aclimatar, observar a vegetação rasteira, ouvir os sons do parque e se refrescar em prainhas rasas.

Dia 2 — As rainhas do Parque: Crioulo e Sempre-Viva
Trilha das Cachoeiras (12 km, moderado superior)
O caminho serpenteia o Córrego das Éguas até a Forquilha, onde os cursos d'água se bifurcam.
Cachoeira do Crioulo: 30 metros de queda sobre poço escuro, cercada de areia clara e fina.
Cachoeira Sempre-Viva: de beleza delicada, vegetação exuberante e poço convidativo.
Um dia que vale por muitos. Água, vento e paz.

Dia 3 — As pedras brancas e as piscinas naturais
Corredeiras do Rio Preto (10 km, moderado)
Poço de Areia: fundo claro, água pura, cenário cinematográfico. Ideal para descansar, na volta das Corredeiras.
As pedras claras brilham sob o sol, desenhando piscinas naturais e quedinhas suaves. Um presente para os sentidos.

Dia 4 — Mirantes, arqueologia e despedida
Lapa das Piabas e formações geológicas (5 km, fácil)
Caminhada contemplativa com registros rupestres e vista ampla do parque.
Para aventureiros experientes
1) Pico Dois Irmãos
Roteiro exigente, só recomendado para pessoas com excelente preparo físico e sem limitações musculares ou nas articulações:
Dia 1: subida em parte pela rota das Corredeiras, com pernoite na Casa do Mozart (abrigo de montanha).
Dia 2: descida sugestiva pelo Vale do Alecrim + Cachoeiras (1 dia inteiro, extenuante).
Necessário guia experiente, e levar saco de dormir, isolante e comida. Parte da rota não é sinalizada, com risco de desorientação. É um percurso belíssimo, mas que exige muito do corpo.
2) Travessia Entreparques
Quem busca uma experiência mais intensa pode optar pela Travessia Entreparques, que conecta o Parque Estadual do Rio Preto ao Parque Estadual do Pico do Itambé. Com quase 60 km de extensão (divididos em até 4 dias de caminhada), ela cruza campos rupestres, rios, matas de galeria e pequenos vilarejos, podendo ainda acampar no cume do Pico do Itambé.
É uma das mais belas e completas travessias de Minas Gerais — e também uma das mais exigentes. Por isso, é recomendada apenas para pessoas com excelente condicionamento físico e espírito de equipe.
A Terra Trekking realiza esse roteiro com toda estrutura de apoio, pernoites em comunidades, logística de alimentação e guias experientes, garantindo segurança e uma vivência transformadora. Verifique nossa próxima saída, pois normalmente realizamos essa travessia apenas uma vez ao ano.
Melhor época para visitar o Parque do Rio Preto
O Parque é aberto à visitação durante todo o ano, mas é importante considerar as condições climáticas para escolher os roteiros mais adequados:
De abril a setembro (período seco): ideal para fazer todas as trilhas, com maior segurança nas cachoeiras e travessias.
Outubro a março (chuvas): o parque continua aberto, mas alguns trechos podem ser interditados temporariamente, caso haja aumento súbito no volume dos rios, por segurança.
Mesmo nos feriados, o Parque não costuma ficar lotado, graças ao controle de acesso diário e à grande área e atrativos disponíveis para visitação. Assim, é possível aproveitar o lugar com tranquilidade, sem aglomeração, e com a paz que a Natureza merece.
Sim, você pode conhecer tudo isso com segurança e sem se preocupar com os detalhes
A Terra Trekking realiza viagens para o Parque Estadual do Rio Preto em datas específicas, com toda estrutura inclusa: reservas, transporte, refeições, guiamento e suporte completo - desde os roteiros fáceis aos mais complexos.
Nosso time conhece os melhores trechos, tempos ideais, pontos seguros e os segredos desse lugar tão especial. Se você quiser descobrir esse pedaço raro do Espinhaço de forma organizada, imersiva e sem surpresas, estamos prontos para te guiar, basta verificar em nossa Agenda, quais as próximas datas disponíveis.
































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